Jesus amava a multidão, mas só andava com discípulos
Mateus 15:32
Então, Jesus chamou os seus discípulos e disse: - Tenho compaixão desta gente, porque já faz três dias que eles estão comigo e não tem o que comer. E não quero mandá-los para casa em jejum, para que não desfaleçam pelo caminho.
Quando lemos o que aconteceu na multiplicação dos pães e peixes, podemos ver claramente o amor e a compaixão de Jesus pelas pessoas. Ele as amava, e seu coração se compadeceu pela multidão que estava ali naquele lugar deserto. Ele sabia das necessidades deles, e ali fez um milagre que pareceu fácil, curou e alimentou toda aquela gente.
No entanto, nós sabemos que a multidão vinha atrás dele justamente por causa de suas necessidades. As pessoas não estavam muito interessadas no que Ele estava fazendo ou tinha para dizer, mas pela comida (ver João 6.26-27). Cada uma delas quando voltaram para suas casas, continuaram a ter as mesmas necessidades no dia seguinte, mas sem ter Jesus para supri-las novamente.
O que àquelas pessoas na multidão não entendiam, é que a provisão permanente estava justamente em suas palavras, em seu ensino, mas elas pareciam não estar interessadas no que Ele estava ensinando e, muito menos em fazer o que Ele dizia.
Contudo, vemos em contraste daquela multidão os discípulos de Jesus, que inclusive participaram do milagre quando partiram os pães e os peixes, servindo a multidão. Os discípulos caminhavam com Jesus ouvindo-o e trabalhando junto com Ele, fazendo o que Ele fazia, pois eles estavam com Jesus pelo que Ele dizia em seus ensinos. Certa vez quando muitos o deixaram, Pedro disse: - “Para onde iremos, só tu tens Palavra de vida eterna”. Eles estavam interessados nas palavras do mestre.
Discípulos não são como multidões descomprometidas e interesseiras, eles são individualmente fiéis e altamente comprometidos em servir a seu mestre trabalhando junto com Ele.
Enquanto a multidão queria comer, os discípulos queriam aprender a fazer o que Ele fazia, vendo Ele fazer e imitando-o, eles aprenderam a trabalhar como Jesus trabalhava, a serem supridos por Deus enquanto o serviam pelo caminho através da fé. Quando Jesus teve que deixá-los e voltar para o Pai, deixou discípulos ainda imaturos, mas preparados e prontos para fazer o trabalho que Ele fazia, e não uma multidão de interesseiros descomprometidos.
O interesse e o comprometimento fazem toda a diferença. Jesus ama a todos, mas não anda com todos, somente com discípulos. Para os descomprometidos no meio da multidão, apenas parábolas eram dadas, mas para os discípulos as revelações mais íntimas eram compartilhadas junto com os conselhos e as provisões do céu (ver Mateus 13.10-13).
Hoje, os interesses podem ser outros; medo de perder a salvação, conforto, amizade ou outros, mas o fato é que isso os afasta de Cristo e do seu propósito, pois ainda não morreram para si mesmos. Os discípulos estavam todos os dias com Jesus, mas os interesseiros que não tem o compromisso de andar com Ele, apenas de vez em quando. Não devemos pensar que por Ele amar as pessoas irá andar com elas, segundo seu próprio ensino e exemplo Ele só anda com discípulos que estão dispostos a ouvi-lo e fazer o que Ele faz.
Emilio Claudiano